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Sempre que algum acontecimento como o de Brumadinho ocorre, é preciso reflexão para identificarmos e aprendermos com os supostos erros. Não podemos perder uma oportunidade dessas para gerar novos conhecimentos e, assim, evitar outros desastres semelhantes.

Se o dever de casa tivesse sido feito após o ocorrido em Mariana, hoje não estaríamos vivendo todo esse drama novamente.

Nós, aqui da MB Perícias, ficamos consternados com o ocorrido e nos solidarizamos com todas as vítimas dessa enorme tragédia e seus familiares.

Tantos mortos, tantas famílias despedaçadas. Tanta natureza posta fora. E, ao que parece até o momento, os maiores culpados são técnicos, peritos, experts naquele assunto. Digo isso porque a imprensa está veiculando a prisão de engenheiros, geólogos e técnicos que emitiram laudos atestando a segurança da barragem de Brumadinho.

A perícia técnica, seja ela na medicina, engenharia ou em qualquer outra área, deve sempre ser realizada com diligência, zelo e muito cuidado.

Nós, peritos, gozamos de algo de valor inestimável, porém facilmente perdido: autoridade.

Existe uma história muito legal sobre autoridade. É de um famoso piloto de avião da força aérea americana que foi fazer um singelo voo de reconhecimento junto com um copiloto novato na aviação.

O piloto já era um mito da aviação americana e gozava de enorme autoridade. Por isso seu copiloto, ainda muito jovem, confiava nele de olhos fechados.

Ocorre que ao iniciar a decolagem, ainda sem ter alcançado a velocidade para levantar voo, o famoso piloto balançou a cabeça, cantando uma música qualquer em seus pensamentos.

Apesar de saber que não haviam alcançado velocidade para levantar voo, o copiloto acreditou que aquele sinal com a cabeça era para que levantassem vôo. E assim o copiloto ordenou comando para levantar o trem de pouso (onde ficam as rodas do avião).

Resultado: o avião acabou arrastando o “nariz” na pista, num movimento chamado de arfagem, danificando as hélices, e essas, por sua vez, causaram uma lesão na medula do piloto, o qual ficou com graves sequelas.

Questionado, o copiloto disse que sabia não haver velocidade para levantar voo, mas como o famoso piloto tinha muita autoridade, ele achou melhor obedecer sem questionar…

Moral da história: a autoridade que todos buscamos numa determinada área pode se transformar, num piscar de olhos, na nossa maior armadilha.

Ainda teremos novos fatos e outros culpados, no entanto a perícia precisa reconhecer a autoridade que tem e a resposabilidade que essa autoridade agrega ao seu trabalho.